A vivência do Evangelho
Postado: 2 julho 2018 14:34h
Autor: Marilucia Duarte
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Ao se fazer presente entre nós, Jesus foi muito além de repetir ensinamentos que seus percursores já haviam deixado. Veio exemplificar e nos mostrar, por suas experiências pessoais, que podemos e devemos ser muito mais do que imaginamos que somos. O Evangelho Segundo o Espiritismo, organizado por Kardec, descreve os ensinamentos de Cristo, bem de acordo tanto com o cotidiano dos Espíritos que habitaram o planeta naquela época quanto nos dias atuais.

A reflexão e análise dos textos do Evangelho, por meio da história de vida de seus personagens e suas atitudes no passado, oferecem a cada um a oportunidade de renovar-se e elevar-se espiritualmente. É um roteiro que nos ensina a viver uma experiência física de forma menos dolorosa que as possíveis vidas anteriores, que já não nos prende em templos ou à subjugação de “gestores da fé”. Aliado à linguagem clara do que nos ensina Kardec, vemos o indivíduo na atualidade buscando muito mais entendimento, clareza e razoabilidade em relação à sua crença e ao que aceita como verdade e possibilidade.

Identificamos os ensinamentos do Cristo no comportamento de muitos. Com “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, encontramos comportamentos que nos permitem identificar a presença, assim como a falta das práticas cristãs. A repercussão de más noticias e, consequentemente, a propagação dos sentimentos de desalento, medo e tristeza, dão à sociedade a sensação de perda do amor ao próximo e da capacidade de fraternidade entre os homens, levando, em alguns casos, à perda da fé.

Refletindo sobre as experiências encarnatórias, identificamos, à luz do Evangelho, que milhares de Espíritos estão vivendo na Terra a grande oportunidade de renovação e elevação espiritual. É possível identificar no comportamento humano aqueles que estão conseguindo vencer a si mesmos e outros que ainda estão longe desse objetivo. Como nos disse o Mestre, a cada um segundo suas obras.  Observamos divulgadores do Evangelho repetindo equívocos do passado, com visões distorcidas dos ensinamentos cristãos. Jesus nos ensinou a ser livres, a nos conhecermos, a aceitarmos nossas fraquezas para que possamos nos libertar delas.

É preciso vencer a tirania do “homem velho” que persiste em nós. Por mais que, a exemplo do Mestre, sejamos fraternos e devamos nos ajudar mutuamente, a tarefa de autoconhecimento, libertação e elevação espiritual é de cada um, não sendo possível  terceirizá-la.

O Evangelho é uma bússola para Espíritos encarnados e desencarnados. Quando compreendemos sua orientação, concluímos que tudo está de acordo com o que escolhemos para nossas vidas. A responsabilidade por nossas escolhas nos dá a aceitação do porvir, seja ele bom ou ruim. Atualmente, o acesso à verdade  está muito mais ao nosso alcance do que já esteve em outros tempos.

Buscar a verdade, como nos aconselhou o Mestre Jesus, está ao alcance de todos, e isso faz que todos, nos dias de hoje, sejamos um divulgador do Evangelho, ainda que não tenhamos condições de vivenciá-lo plenamente. Tendo, porém, cada um de nós a prática de alguns dos ensinamentos ali contidos, podemos, por meio dessa vivência, contagiar e despertar no outro que caminha próximo a nós a vontade sincera de viver de forma mais serena.  

 Marilucia Duarte

 

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
[…] Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!… e podereis entrar no Reino dos Céus.

— O Espírito de Verdade, Evangelho segundo o Espiritismo, Prefácio