O bom professor é aquele que sabe fazer perguntas
Postado: 9 julho 2017 15:25h
Autor: Marli Albertina
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      Boas perguntas são as que estimulam nossa capacidade de reflexão, revelando nossas dúvidas, mas, sobretudo, nossa vontade de aprender. Não nos referimos à dúvida que nos deixa ao desalento, mas sim à que nos transforma. Hippolyte Léon Denizard Rivail, influente educador e discípulo de Pestallozzi, sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o codificador do Espiritismo. Na elaboração de “O Livro dos Espíritos”, a primeira obra da Doutrina Espírita, utilizou-se da técnica de perguntas, didaticamente organizadas e respondidas por uma equipe de Espíritos Superiores.Jesus, o Mestre por excelência, utilizou-se, entre outras, da técnica de perguntas. Quando procurado, por exemplo, por cegos e aleijados, perguntava “O que queres que eu faça?” Será que o motivo não era óbvio? Por que Jesus a fazia então? O objetivo era levar o indivíduo a refletir sobre seu desejo, as consequências e responsabilidade advindas do atendimento ao seu pedido, a importância de efetivamente envolver-se no seu processo de cura.

Da mesma forma, após as explanações, os discípulos formulavam perguntas: Mestre, quantas vezes devemos perdoar?” As respostas de Jesus tinham como proposta não só a reflexão, mas, sobretudo, levá-los a perceber a necessidade de mudança, de reforma íntima, preparando cada um de seus seguidores para a responsabilidade na divulgação da Boa
Nova, não só por meio de palavras e discursos, mas primordialmente pelo exemplo e vivência dos ensinamentos do Mestre.

E na atualidade, em meio a tantas conturbações? Diante dos fatos a que assistimos estarrecidos? Parece estarmos desistindo de ser pessoas boas. O egoísmo e o orgulho alastraram-se. O mundo virou o mundo dos espertos, que agem, muitas vezes, com o aplauso de multidões. O importante é ter. Ser honesto, ser bom, ser fraterno parece sinônimo de ser tolo. É importante lembrar que a felicidade não está no que acumulamos, mas no que compartilhamos.

Solidão, tédio, amargura e rancor resultam do predomínio em nós do orgulho, do egoísmo, da vaidade, da avareza, da ausência do perdão. Bons sentimentos, virtudes como perdão, fraternidade e tantas outras precisam substituir os vícios. Não é fácil. É uma questão de exercício e a prece é excelente recurso que nos fortalece diante das adversidades. É preciso perceber a dificuldade e a crise como oportunidades de aprendizagem e de desenvolvimento do nosso potencial de inteligência e bondade.

Por que então ser bom? Quando analisamos sob a ótica espiritual, como espíritos imortais, filhos de Deus, suprema inteligência e bondade, percebemos que a justificativa da bondade está em nós. Homem de Bem somos nós, é a nossa essência, se considerarmos nossa filiação divina e Jesus como modelo e guia.

Lembremo-nos do convite de Jesus, formulado em João, 15: “Este é o meu mandamento: que ameis uns aos outros como eu vos amei”.                                                                 

Marli Albertina

 

Generalidade e concordância no ensino, esse o CARÁTER essencial da Doutrina, a condição mesma da sua existência, donde resulta que todo princípio que ainda não haja recebido a consagração do controle da generalidade NÃO pode ser considerado parte integrante dessa mesma doutrina. Será uma simples opinião isolada, da qual não pode o Espiritismo assumir a responsabilidade. Essa coletividade concordante da opinião dos Espíritos, passada, ademais, pelo critério da lógica, é que constitui a força da Doutrina Espírita e lhe assegura a perpetuidade.

— Allan Kardec, A GÊNESE – Capítulo I